A Pergunta Certa

Uma pergunta bem feita é uma questão ambiciosa, porém discutível, que pode começar a mudar a forma como percebemos algo ou pensamos sobre algum assunto e talvez sirva como um direcionador de mudanças.

A arte de perguntar sempre foi uma questão histórica, afinal o grande filosofo Sócrates, era conhecido por sua habilidade em formular questionamentos que levassem as pessoas a reflexão, tornando conhecidas as “Perguntas Socráticas”

Atualmente é muito comum essas perguntas serem feitas no buscador Google, e antes mesmo de terminar de escrever, automaticamente a frase já aparece, isso acontece pelo fato de que estas perguntas são previsíveis.

Porém, quando menciono a “pergunta certa” eu me refiro a habilidade em fazer perguntas pelas quais as respostas não sejam facilmente respondidas, nem mesmo por um inteligência artificial. Ela é aquela pergunta que as pessoas buscam a resposta em todas as áreas e que quando acontece, te faz parar por alguns minutos e dizer:

Uau, excelente pergunta!

Todos nós buscamos por melhores respostas. Mas é necessário que primeiro aprender a fazer as perguntas certas, perguntas que realmente façam a audiência parar e refletir!

Vamos imaginar o ambiente corporativo, em suas reuniões semanais em que se buscam resolver desafios, muitas vezes os mesmos temas são abordados, porém as pessoas não fazem nada a respeito dos problemas, apenas criticam as situações e desafios, alguns times na verdade não questionam, habituaram-se a simplesmente reclamar.

O que uma pergunta pode fazer?

À ativista Frances Peavey, diz que “uma boa pergunta é como uma alavanca que se usa para abrir uma tampa emperrada de uma lata de tinta”

Para pensar quantas perguntas moram em nossas mentes, e talvez jamais serão anunciadas, quantas vezes recuamos quando estamos em público por talvez achar que sua pergunta seja “ridícula”. Nós sabemos que a capacidade de questionar, verbalmente ou por outros meios, é um dos fatores que nos separam das outras espécies, mas absorvemos crenças que nos limitam e nos prendem a costumes que nos subestimam.

Observamos as mais diversas reações diante do mesmo desafio, algumas pessoas quando colocadas frente a frente com um grande problema, tendem a fazer a seguinte pergunta:

Oh meu Deus, o que vamos fazer?

Porém frente a mesma situação outra pessoa poderia perguntar:

E se essa mudança representar para nós uma oportunidade? Como podemos aproveitar ao máximo este momento?

Buscando dar um sentido mais positivo ao desafio e dessa forma gerar um movimento de ampliação de percepção sobre o fato ocorrido, ao contrário de uma série de lamentações ou uma caça aos possíveis culpados.

Uma grande questionamento que merece ser compartilhado é o caso da Netfilx:

Reed Hastings, se descuidara em devolver alguns filmes alugados na Blockbuster e, quando foi até lá, viu que as taxas de atraso eram exorbitantes. Frustrado, ele ponderou: Por que eu devo pagar essas taxas? (Ele admitiu que pergunta lhe veio à mente naquele momento: Como vou explicar essa conta para a minha esposa?)

Muitas pessoas passavam a maior parte do tempo reclamando por pagarem as taxas pelo atraso, com certeza muitos de nós aqui no Brasil passamos por essa situação várias vezes.

Porém Hasting decidiu fazer algo a respeito, o que o levou a fazer a próxima pergunta: E se uma vídeo-locadora funcionasse como uma academia de ginástica? E então ele se dedicou a descobrir como projetar um modelo de vide locadora baseado em uma adesão mensal, como uma academia, mas sem as taxas de atraso.

Portanto se a maioria das pessoas parassem de reclamar e buscassem focar seu olhar em questionamentos que desafiem as respostas prontas, com certeza mais Netflix, Airbnb, Uber existiriam no mercado, a raça humana só está onde está por conta da sua insatisfação; Talvez a pergunta que você possa fazer neste momento é:

Se sabemos (ou ao menos temos uma forte suspeita) que questionar é o ponto de partida para a inovação, por que, então, o mundo dos negócios não abraça essa ideia?

Prof. Wilson Nascimento PhD

EHumanas – Trainer em Desenvolvimento Humano

wilson@ehumanas.com