Sua vida profissional não te satisfaz?!

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva a pouco mais de 1 ano, mostra que 56% dos trabalhadores com carteira assinada no país estão insatisfeitos com o seu emprego. Este é um percentual muito alto quando olhamos outra estatística, que nos mostra que pouco mais de 13 milhões de pessoas estão atualmente desempregadas, e com certeza o nível de insatisfação entre essas pessoas deve estar bem elevado também!

Mas o que leva uma pessoa que neste momento tem a oportunidade de estar trabalhando, e por conta disso deveria estar muito feliz, afinal está na contramão da estatística dos desempregados atuais, mas ainda assim não sente feliz e satisfeito com sua ocupação?!

Quais são os fatores que levam a uma pessoa ao acordar e já pensar:

Que horas o dia vai acabar?

Ou durante o seu dia de trabalho, já fica imaginando:

Falta muito para acabar o mês?

Quanto tempo ainda falta para as minhas próximas férias?

O quão saudável é para este trabalhador viver motivado pela possibilidade do seu dia acabar logo, do 5º dia útil chegar. È impressionante quantas pessoas sofrem ao ouvir a música do programa de TV Fantástico no domingo à noite, pois aquela música é uma evidência clara de que o final de semana está acabando e que dia seguinte será a segunda-feira e será preciso levantar cedo e ir para aquele local que não é de Deus!

O nível de desanimo se torna tão alto, que essas pessoas simplesmente esquecem de viver momentos de felicidade ao longo do seu dia, afinal elas não conseguem enxergar nada de feliz no trabalho.

É importante também destacar que existem duas realidades a serem analisadas, não podemos generalizar e dizer que a responsabilidade e única é exclusiva das organizações;

Começando pelas empresas: Talvez o grande desafio para um trabalhador que sente sua energia se esvair todos os dias pela manhã apenas ao imaginar em ir para o local de trabalho, possa estar relacionado a 3 pontos:

Falta de reconhecimento

A sensação vivenciada por boa parte dos trabalhadores, que criam expectativas de serem reconhecidos por seus feitos, mesmo que pequenos resulta muitas vezes em frustração rotineira. Algumas empresas acreditam que pelo fato de pagarem um salário, as vezes até acima do mercado, seja o único fator necessário para manter o colaborador motivado. Porém, inúmeras pesquisas e estudos já demonstraram a importância da validação do trabalho e do trabalhador e do feedback pontual.

Estagnação profissional

Alguns profissionais chegam a um ponto em que o desafio diário é muito baixo comparado a sua competência, e por conta disso passa vivenciar uma rotina monótona e desgastante, fato este que não desperta mais o prazer do desafio.

Lideranças Tóxicas

Talvez aqui entre um fator de extremo impacto em muitas organizações. Neste caso o trabalhador até gosta da organização, diferente dos casos anteriores, porém existe aquela fase em que a troca ou a promoção de alguém que assume um cargo de chefe e contamina todo um ambiente, com um estilo de liderança que gera dor e descontentamento em boa parte do time. Neste caso a alta gestão deve estar muita atenta, afinal de contas quando os resultados da organização são obtidos a qualquer custo, é possível que pessoas sejam contaminadas e por consequência percam o interesse em fazer parte de um time.

Este tipo de liderança simplesmente ignora seus valores em busca do resultado e quando ignoramos nossos valores assumimos uma nova identidade, raramente positiva.

Em contra partida também é necessário olhar para o outro lado, e certamente também vamos encontrar pessoas acomodadas a suas posições e que por isso não se empenham mais, muitas inclusive acreditam ser uma peça fundamental da organização e que dificilmente seria demitida.

Neste caso então, podemos citar outros 3 aspectos:

Senso de propósito

Algumas pessoas aceitam trabalhos motivadas por receber um valor que seja o suficiente para comprar um carro, sair com os amigos para o happy hour e nas férias viajar para a praia mais próxima. Pessoal com este perfil costumam acreditar que a empresa é 100% responsável por seu desenvolvimento e deve sempre fazer algo para agrada-los. Muitas vezes a empresa até busca formas diferentes para agradar, mas o problema neste caso não está na empresa é sim na falta de proposito deste colaborador. Ação nenhuma da organização será capaz de motivar esta pessoa a aumentar sua dedicação.

Gratidão

Sim, a falta de gratidão pela oportunidade que lhe foi oferecida. No momento em que a pessoa estava desempregada e passa pelo processo de entrevista e contratação, tudo que organização ofereceu estava excelente, afinal o único objetivo naquele momento era conseguir a vaga. Passada esta etapa o cenário pode mudar totalmente. Fique claro que Gratidão não é dívida.

É importante ressaltar que existe uma relação de troca, a empresa oferece uma vaga e em contra partida o trabalhador oferece a sua mão de obra e para isso se combina um valor.

A gratidão deve estar presente em todos os momentos. Quando uma pessoa nota que a empresa em que atua não atende mais os seus anseios profissionais, ela deve ser grata e sair da mesma forma que entrou, deixando sempre portas abertas.

E com estes aspetos da relação emprego x empregado x empregador, quero dizer que sim, as pesquisas demonstram alto índice de insatisfação com as organizações, porém não podemos deixar de analisar que dentro desta amostra existem pessoas que sempre vão reclamar, mesmo obtendo os melhores incentivos e feedbacks.

Acredito muito que o ponto mais importante é a tomada de consciências e a clareza em nosso propósito de vida. Assim vamos viver todos os dias guiados por nossa hierarquia de valores,  não permitindo que fatores externos roubem o nosso bem estar e nossa felicidade!

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Prof. Dr. Wilson Nascimento http://ehumanas.com/